quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Sumiço das Abelhas

Recebi essa semana a Revista Nutrir - do CRN, me assustei com essa matéria dos sumiços da abelhas. Nunca tinha ouvido falar que elas poderiam desaparecer e, muitos alimentos dependem da sua polinização. Veja a matéria aqui:


Sustentabilidade

Por Tiago Cordeiro

pujantes há seis décadas estão extintas.
Sem as abelhas, o homem pode desaparecer em
quatro anos”. A frase é atribuída ao cientista Albert
Einstein (1879-1955). Não tem nada de exagero
e ainda pode se revelar profética. Nos últimos três
anos, começaram a surgir ao redor do mundo indícios
de que várias espécies desse inseto podem estar
desaparecendo. As consequências seriam catastróficas
para o ecossistema e para nossa alimentação.
O primeiro alerta surgiu em 2007. Naquele ano,
os Estados Unidos perderam 60% de suas abelhas,
que simplesmente desapareceram em 24 estados. O
fenômeno se repetiu no Canadá, na França, na Inglaterra,
na Suíça, na Alemanha, na Bélgica, na Síria e
no Iraque – apicultores acostumados a perder 10%
da população de abelhas em determinados períodos
do ano se viram, do dia para a noite, sem 90% do
total. Ficou claro nesse momento que um fenômeno
de longo prazo tinha se acelerado e muito; Portugal,
por exemplo, contabilizou a perda de 3,5 milhões
de abelhas em três anos; a Espanha, de 9 milhões.
Nos Estados Unidos, havia 5 milhões de colmeias
em 1950 e só metade disso nos primeiros anos deste
século. Na Europa, pelo menos quatro espécies

  O fenômeno também é observado no Brasil, ainda
que, aparentemente, em menor escala (os estudos
sobre o assunto são localizados, mas não existem
estimativas da situação em todo o País). As abelhas
estão sumindo em vários municípios do interior de
São Paulo – em Brotas, o Instituto Biológico de São
Paulo tenta entender o fenômeno com análises sobre
a água da região. De um raio de 300 quilômetros
em torno da cidade de Rio Claro, outro importante
centro de apicultura, sumiram 6 mil colmeias só nos
últimos dois anos. Na região Sul, onde esses insetos
foram introduzidos pela primeira vez em território nacional,
a importante abelha Mamangava está extinta
no Paraná, onde era muito comum 20 anos atrás, e
corre sério risco em Santa Catarina e no Rio Grande
do Sul. No Espírito Santo, a espécie Mandaçaia é
residual perto do que era há 15 anos. Assim como
no território capixaba, no Nordeste o desmatamento
causa um ciclo vicioso: o ataque à Caatinga, um dos
biomas mais ameaçados do Brasil, causou a redução
do número de abelhas; e isso, por sua vez,
dificulta arecuperação da fauna e da flora locais.

Causas
O que está acontecendo com as abelhas? Os biólogos
apresentam algumas explicações, a maioria
diretamente ligada ao impacto do ser humano sobre
o meio ambiente. “Esses animais são muito sensíveis
a variações no ecossistema”, explica Osmar Malaspin,
professor e pesquisador do Instituto de Biociências
da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
“Os apicultores estão acostumados a períodos de
desaparecimento de abelhas em épocas de seca,
quando a comida dos insetos fica mais escassa. Mas
a queda preocupante que estamos observando tem
outras causas, como a aplicação de grandes quantidades
de inseticida e o desmatamento”. Nas regiões
de carvoaria, por exemplo, a queima de árvores
leva consigo grandes colmeias. A derrubada de árvores,
seja para a instalação de pastos e fazendas
na Amazônia ou para a criação de novos bairros em
Curitiba (onde a população saltou de 300 mil em
1960 para os atuais 1,8 milhão de pessoas) também
interfere. O aquecimento global é mais um ponto
citado: áreas onde foram registrados aumentos de
temperatura experimentaram a diminuição brusca
na população das espécies mais sensíveis ao calor
– caso da mamangava. E até mesmo os celulares
podem assumir uma parcela da culpa: dois pesquisadores
da Universidade Chandigarh’s Punjab, da
Índia, comprovaram que a rede de telefonia móvel
interfere no senso de navegação dos insetos.
Outra causa está nas epidemias que atingem essas
populações de tempos em tempos. Em 1987, o
ácaro Varroa acabou com milhares de colmeias nos
Estados Unidos, na Europa e no Brasil. Acredita-se
que o surto de 2007 foi causado pelo mesmo problema,
batizado de “aids das abelhas” porque aumenta
a propensão a adquirir uma vasta gama de outras
doenças, que se acumulam e dizimam populações
inteiras. “Quando as condições ambientais são desfavoráveis,
esses grupos de animais têm dificuldade
em repor os integrantes perdidos”, diz Malaspin.

 
Pesticidas, aquecimento global
e desmatamento irrefreável são
responsáveis pelo extermínio
de colmeias no mundo todo
Um congresso de 10 mil cientistas e apicultores,
reunidos na França em 2009, concluiu que todas as
causas estão relacionadas, e começam com o ser humano.
Intoxicadas aos poucos pela forte concentração
de pesticidas encontradas nas flores, as abelhas
não se defendem mais com a mesma eficácia de vírus,
fungos e parasitas. Tampouco se recuperam com
a antiga facilidade de situações de epidemia, seca ou
aumento de temperatura. Essa somatória de causas
quebra um delicado equilíbrio: para ser eficiente, a
polinização depende da forma da flor; do volume de
açúcar do néctar; do horário de secreção do néctar
ou da liberação de pólen e da vida útil dos óvulos.
Não é difícil imaginar de quantas maneiras diferentes
o ser humano vem interferindo nesse processo.

Impacto
Se Albert Einstein levava tão a sério o impacto
de nossos pequenos parceiros na agricultura, é porque
as abelhas têm um papel importantíssimo na
reprodução de plantas, flores e frutos. Elas são os
mais importantes polinizadores da natureza. Sem
esse processo, os frutos e as sementes simplesmente
não se formam, a reprodução é bloqueada. Em
pouco tempo, somem as plantas. As próximas vítimas
são os animais – incluindo aí os seres humanos
– que dependem delas para se alimentar e viver.
A agricultura poderia não acabar, mas o mundo
experimentaria a diminuição do tamanho das plantações
e da variedade de produtos (algumas plantas,
como a da castanha-do-pará, só se reproduzem
com a ajuda de uma espécie específica de abelhas)
e o encarecimento absurdo dos preços num planeta
que, em 2050, vai ter mais de 9 bilhões de habitantes.
Na região chinesa de Sichuan, por exemplo, a
crise de três anos atrás levou os agricultores a polinizar
as frutas manualmente, uma a uma. O custo
da feira disparou para a população local.
A maior parte da Europa teria de importar tomates.
Lá, eles são criados em estufas, onde a polinização
só ocorre com a introdução de abelhas. Nos
Estados Unidos, os apicultores alugam 2 milhões
de colmeias para polinização da lavoura. Levas e
levas de insetos são deslocados pelo país de acordo
com a época de floração de cada plantação. A
produção de mel já é menos importante, financeiramente,
do que esse trabalho. Só as lavouras de
amêndoa da Califórnia, responsáveis por 80% da
produção mundial, necessitam de 1,4 milhão de
colmeias. “Sem as abelhas, seria muito
difícil manter o ritmo de produção
dos alimentos que
sobrassem no planeta”,
diz Gabriel
Rodrigues de Melo,
zoólogo da Universidade
Federal do
Paraná (UFPR).
De acordo com
as nutricionistas Valéria
Paschoal e Andréia
Naves, autoras
do estudo “Abelhas e o
impacto na nutrição”, a produção
de alimentos fundamentais
para a população brasileira está seriamente
ameaçada. “Pode faltar em nossas mesas culturas
amplamente utilizadas na culinária, como laranja,
maracujá, tomate, abacate e café”, explica Andréia.
“E a falta desses alimentos certamente afetaria a
qualidade de vida da população, já que são ricos
em vitaminas, minerais, fibras e compostos bioativos
(ver quadro) que auxiliam o equilíbrio e manutenção
da saúde”, complementa Valéria.
Soluções
Como resolver o problema antes que as abelhas
desapareçam de vez? Para evitar o problema das epidemias,
pesquisadores espanhóis de Córdoba trabalham
no desenvolvimento de uma superabelha, com
rainhas ganhando mutações que as tornam mais resistentes.
O trabalho é polêmico porque uma espécie
reforçada pode desequilibrar seriamente o ecossistema.
Outra alternativa, que será considerada nos
países desenvolvidos e também no Brasil (somos um
dos líderes da Iniciativa Internacional dos Polinizadores)
é apostar no incentivo aos apicultores, para que
eles monitorem mais de perto as abelhas e busquem
alternativas a problemas como a falta de alimento.
Nas regiões de cerrado do Centro-Oeste, um farelo
ultrafino feito de soja, milho e trigo tem ajudado a
minimizar a perda de abelhas.

Nos EUA, agricultores chegam a
alugar colmeias para polinizar
a lavoura e, assim, manter o
ritmo de produção de alimentos



quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Chocolate: amigo ou inimigo?

Com moderação e fazendo parte de uma alimentação nutricionalmente equilibrada, o chocolate amargo pode ser um grande aliado do
CORAÇÃO E DO HUMOR!



Uma revisão de vários estudos sobre chocolate realizada por pesquisadores da Universidade da Califórnia e publicada pela American Dietetic Association em fevererio de 2003, mostrou que o chocolate escuro/amargo, feito do cacau puro e sem a adição das gorduras do leite contém alto teor de flavonóides, antioxidantes que reduzem os riscos das doenças cardiovasculares.

Além disso, o cacau contém um teor considerável de ácido oleico, o mesmo ácido graxo monoinsaturado encontrado no azeite de oliva.
Entretanto... sem exageros! Mesmo tendo "gorduras do bem", o chocolate é composto em grande parte por açúcar e gorduras, fazendo com que tenha uma alta densidade energética.

Todos esses  benefícios funcionais do chocolate amargo não se aplicam ao chocolate ao leite e nem ao chocolate branco, devido às gorduras saturadas do leite que são acrescentadas no processo de fabricação dos mesmos.


Porque gostamos tanto de chocolate?
A mistura "mágica" de gordura, açúcar, aroma e textura, faz com que a maioria das pessoas fique "perdidamente apaixonada" por chocolate, desencadeando o "craving" (mecanismo semelhante ao vício).

Além das características sensoriais únicas que o chocolate desperta, nosso organismo tem mecanismos de auto-defesa e auto-medicação, buscando no chocolate a solução para deficiências nutricionais (falta de magnésio, por exemplo) e desequilíbrios de neurotransmissores que regulam o humor (dopamina e serotonina). A deficiência de magnésio afeta a produção de dopamina, neurotransmissor relacionado à alegria e satisfação e 100 gramas de chocolate fornecem 100 miligramas de Magnésio.

O "amor incondicional" por chocolate é ainda maior entre as mulheres, nos períodos pré-menstrual e menstrual quando as oscilações hormonais são mais freqüentes.

Fora tudo isso, o chocolate contém ainda metilxantinas, substâncias psicoativas que atuam como estimuladores do Sistema Nervoso Central e que induzem a um bem estar emocional geral e uma maior sensação de prazer.

Sal X Saúde



O sódio presente na dieta tem sido associado com a hipertensão, gerando diversas discussões em relação a seu consumo. De acordo com estudo recente realizado na Austrália, a população adulta consome uma quantidade de sódio acima do recomendado, proveniente principalmente do sal adicionado aos alimentos. De acordo com os resultados, campanhas de saúde pública devem ser realizadas para incentivar a redução do consumo de sal para todas as faixas etárias e grupos populacionais.
O consumo elevado de sal é preocupante entre a população infantil como pode ser observado em estudo recente, o qual avaliou o consumo de sal e alimentos ricos em sódio e a pressão arterial de escolares. De acordo com os resultados, quanto maior o consumo de sal, maior a pressão arterial sistólica. O consumo médio de sal na população em estudo foi maior do que o recomendado na literatura.
Sendo assim o controle no consumo de sal e de alimentos ricos em sódio deve ter início na infância, evitando alterções na pressão e prejuízo na saúde.


Fontes:

  • Grimes CA; Riddell LJ; Nowson CA. The use of table and cooking salt in a sample of Australian adults. Asia Pac J Clin Nutr; 19(2): 256-60, 2010.


  • COSTA, Fabiana Pires  and  MACHADO, Sandra Helena. O consumo de sal e alimentos ricos em sódio pode influenciar na pressão arterial das crianças?. Ciênc. saúde coletiva. 2010, vol.15, suppl.1, pp. 1383-1389.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Diet & Light


Você sabe a diferença entre um alimento Diet e Light? Entender essas diferenças são fundamentais para pacientes diabéticos, pré-diabéticos, pessoas que estão em tratamento de emagrecimento e mesmo para pessoas que querem manter o seu peso. Nesse artigo vamos ver quais são elas.

Diet: São produtos que há eliminação de um ou mais ingredientes da fórmula original, ou seja, são aqueles cuja composição atende às necessidades físicas, metabólicas, fisiológicas e/ou doenças específicas. Por isso, um alimento Diet não significa necessariamente que tenha menos calorias. Nesses casos estão incluídas as dietas com restrição de açúcar, sal, colesterol, gorduras, proteínas, glúten, entre outras. São indicados para pessoas que tenham restrição de consumo de algum ingrediente, como por exemplo, pessoas diabéticas que não podem ingerir açúcar, e os hipertensos que não devem comsumir muito sal.  Produtos diet que excluem sacarose podem ter compensações de gorduras para conservar sua consistência e sabor, como os chocolates, que aumentam muito sua densidade calórica quando comparados aos não-dietéticos. Outros podem excluir sacarose (açúcar refinado), mas substituí-la por frutose, também capaz de aumentar as calorias da alimentação diária do diabético, como por exemplo as geléias dietéticas, principalmente as importadas. Frutas desidratadas deverm ser consumidas em quantidades moderadas, primeiro porque possuem frutose, que favorece o aumento rápido da glicemia; segundo porque o processo de desidratação, por diminuir o volume das frutas, aumenta seu consumo. Os carboidratos estão presentes em cerca de 60%, na maioria dos achocolatados diets.
Produtos diet produzidos no Brasil podem apresentar no rótulo das embalagens as seguintes expressões: “sem”, “zero”, “não contém”, “não possuem”, etc



Light: Nos alimentos Light há redução mínima de 25% na quantidade total de um ou mais ingredientes, o que não significa que um alimento light tenha mais calorias que o diet, já que depende de qual nutriente teve sua quantidade diminuida, por exemplo, açúcares, gordura saturada, gorduras totais, colesterol e sódio comparados com o produto tradicional ou similar de marcas diferentes.  No caso do Sódio, por exemplo, no que se refere ao valor calórico, que é no caso mais comum, o valor total da redução dever ser, no minimo, de 40 calorias para cada 200g de alimento e para os líquidos no mínimo 20 calorias para cada 100ml. O alimento light é recomendado para pessoas que querem perder peso (emagrecer).
Pães, biscoitos e outras massas, tanto diets quanto lights, apesar de estamparem no rótulo a ausência de açúcar, acrescentam calorias à dieta. Ou seja, esses alimentos são mais seguros para diabéticos quando contêm fibras. O produto no qual o alimento é comparado deve ser indicado no rótulo.
Portanto, com a retirada ou redução de algum nutriente, o alimento pode apresentar uma diminuição de calorias, e os consumidores que desejam emagrecer deve estar atento à tabela nutricional dos alimentos, que é obrigatória para estes produtos, e verificar se essa redução é significativa e justificativa para a substituição do alimentos convencional pelo diet ou light, que contumam ser mais caros que os convencionais.
Lembre-se, estar sempre atento ao rótulo do alimentos, e sempre que necessário, procure um Nutricionista para esclarecer suas dúvidas.


por Bianca Dena Alvarez - CRN8 6797 - Nutricionista em Maringá.

Fonte: ANutricionista.Com - Cristiane Mara Cedra - CRN3 19470 - Nutricionista em São Paulo.